quinta-feira, 24 de maio de 2007

ALEA IACTA SIT !!!

Cá está o nosso sítio em que deitaremos nossas elucubrações, pontos de vista e até devaneios sobre a arte, a literatura, a lingüística e quaisquer outras formas de conhecimento sobre o mundo, muito embora julgo que a literatura terá demasiada ênfase aqui, por razões que dispensam aprofundamento, mas vale dizer que a lingüística costuma ser indigesta para muitos desavisados que entram no curso esperando teorizações gramaticais e retóricas ou para uns tantos que evitam as habilitações em língua estrangeira em função da pouca aceitação no mercado.
É fundamental, no entanto, a participação engajada, consciente e crítica que expresse claramente o não-imobilismo de nossos graduandos perante as atuais abordagens do conhecimento produzido no ambiente acadêmico e geral.
Tomei a liberdade de escolher um símbolo para este blogue. Como houve muita pessoalidade na sua escolha, admito ser ele passível de substituição em havendo um consenso a respeito de outro que julguem conveniente. No entanto, antes desse consenso, se houver, apresento Calíope, a musa da poesia épica, da ciência e da eloqüência, tida como a mais velha e mais sábia das musas antigas. Minha verve clássica que não raro influencia-me as decisões no que tange a símbolos, nomes e representações logrou-me convencer. E dou-vos assim essa figura que considero uma das mais belas da mitologia clássica que é representada como uma jovem de ar imponente e dominador, sentada numa postura de reflexão e com a cabeça descansada numa das mãos e, na outra, um livro junto ao qual há mais três, que são a Ilíada, a Odisséia e a Eneida. Essa é uma das formas mais comuns com que costumam representá-la.
Insta-me que anime a todos os participantes e aqueles que coxeiam em participar com um brocardo latino que muito felizmente traduz a arduidade de se ter uma formação que se julgue, com certa concessão, completa, haja vista o cada vez mais especializado e competitivo preparo que os tempos demandam:

LITTERATUM RADICES AMARAS, FRUCTUS DULCES

Ou seja, as raízes da cultura são amargas, mas doces são seus frutos. O aprendizado é árduo, demanda uma diligência que não raro se choca com as necessidades mais inerentes à sobrevivência e à vaidade vulgar num mundo banalizado e corrompido pelo capitalismo. A máxima latina exprime justamente o resultado de se triunfar e elevar-se acima dessa banalidade, para fruir os louros do conhecimento, mas conhecimento, acresço, que é transformação e produz transformação e não apenas assimilado mecanicamente. Isaac Newton, certa feita, afirmou que "se consegui chegar tão longe é por que estive amparado em ombros de gigantes", isso diz perfeitamente do conhecimento absorvido por transformação e que gerou transformação.


Ite, amici, quia sic itur ad astra!!!

Um comentário: